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terça-feira, 11 de maio de 2010

Crianças de hoje mudarão as regras do consumo consciente

Empresas começam a alterar comportamento e adequar produtos aos hábitos verdes dos pequenos

Escovar os dentes com a torneira fechada. Jogos de tabuleiro que simulam compras de áreas de preservação ricas em recursos naturais ao invés de apenas terrenos. Escolas ensinando o ciclo da reciclagem para crianças de 0 a 6 anos. Estamos diante de um novo cenário onde os futuros consumidores exigirão como diferencial a causa verde. Preservar, reaproveitar e não desperdiçar. Assim, os pequenos de hoje estão sendo preparados para o consumo de amanhã, muito mais consciente e responsável.

O tema ganha novos rumos a cada dia. Tragédias ecológicas são noticiadas e o comportamento do consumidor está em cheque. Por isso, já é possível encontrar escolas que ensinam crianças a terem hábitos sustentáveis. Em alguns casos, os pais se preocupam em criar um “eco-chato”, apelido dado aos defensores da causa verde. Mas não são apenas as escolas. Se antes o Banco Imobiliário incentivava o consumismo desenfreado aos futuros profissionais diante de um tabuleiro, hoje, o mesmo jogo ganha ares sustentáveis.

As marcas do varejo também aderiram à causa que qualifica a educação dos pequenos sobre a proteção ao planeta. A Danone, por exemplo, lançou o Danoninho Para Plantar e salienta a importância do reflorestamento. Apesar da causa ser verde, o comportamento do consumidor entrou em alerta vermelho.


Brincando de preservar

Com 73 anos de mercado, a Estrela sempre esteve ligada à educação dos pequenos. Jogo da Vida e Banco Imobiliário estiveram nas prateleiras do quarto da maioria das crianças. Por isso, a cada ano, a empresa realiza de três a quatro pesquisas em grupos para saber o que as crianças estão discutindo, vendo na TV e no cinema. A última experiência resultou no Banco Imobiliário Sustentável.

Além de reforçar a importância de ações sustentáveis, o produto também se adequou à causa. A partir de sua produção, a Estrela eliminou o plástico que envolvia as embalagens do jogo, mesmo com a resistência dos varejistas por conta da violação do produto. Ainda é pouco para que o produto não fique apenas no discurso? A Estrela foi além. As cartas do jogo são feitas de papel reciclado, assim como a embalagem, que agora é envolta em um plástico especial feito em parceria com a Brasken. Até o dinheiro usado no Banco Imobiliário Sustentável não é mais o mesmo. Ao invés das notas, os jogadores utilizam crédito de carbono.

O produto foi lançado recentemente no mercado nacional. Tudo porque até a sua distribuição fazia parte de um conceito sustentável. “Até o ano passado, o Banco Imobiliário Sustentável era negociado apenas no Walmart, que tem projeto mundial de sustentabilidade. Por isso que focamos em apenas uma rede, mas desde abril estamos atingindo todo o mercado nacional”, diz Aires Fernandes, Diretor de Marketing da Estrela em entrevista ao Mundo do Marketing.

Aula verde
Para além dos muros das empresas, a escola tem sido uma ferramenta importante na educação e no desenvolvimento infantil quanto ao consumo consciente. Apesar de pouco alarde, diversos centros de ensino já possuem em sua grade docente aulas sobre sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Em São Paulo, a Materna Escola recebeu o título de Junior Mascot concedido pela Life-Link, instituição sueca que promove ações e projetos ligados à Unesco.

Desta forma, a escola foi reconhecida pelo trabalho ambiental, ações voluntárias e campanhas de arrecadação de alimentos e agasalhos para pessoas carentes de São Bernardo e Santo André, em São Paulo. Além disso, em 2003, a Materna recebeu o selo ISO 14001 - Sistema de Gestão Ambiental, passando a ser a segunda escola infantil no mundo a possuir este selo - a outra instituição de ensino está localizada na Austrália.

Essencialmente, o trabalho feito pela escola é baseado em tratamento de resíduos e coleta seletiva, reutilização de material, não uso de material inerte e reaproveitamento de alimentos. A iniciativa mostra aos pequenos alunos que os resíduos orgânicos podem ser reaproveitados. A Materna contratou uma empresa para que estes resíduos sejam tratados e transformados em adubo para a horta orgânica da instituição.

Reciclando ideias
O Colégio São Luiz é mais um que se preocupa em preservar o planeta por meio de seus novos alunos. O projeto Recarga Verde promove a coleta de pilhas e baterias de celular nas dependências do colégio. Para reunir todos os insumos trazidos pelos alunos, a escola conta com um latão onde, uma vez por semana, todo o lixo recolhido é colocado. Até a epidemia da gripe suína do ano passado está abalando o sistema sustentável. Isto porque o Colégio São Luiz teve que se adequar às normas e oferecer água aos alunos em copos descartáveis.

Para evitar a contradição, a instituição já tomou providências. E verdes. Aproveitando o ensejo para dar tarefas extras aos pequenos alunos. “Realizamos oficinas para reaproveitar materiais e ensinar as crianças a fazerem jogos e vasos de planta anti-dengue. Criamos alternativas para melhorar a consciência deles na prática”, aponta Ana Cristina Marra, coordenadora do período integral do Colégio São Luiz.

Em 2010, o Colégio São Luiz desenvolve o Projeto Água com um grupo infantil. O objetivo é apresentar práticas para não desperdiçar nada. "Ensinamos a não gastar muita água ao escovar os dentes e a usar a frente e o verso das folhas do caderno. Quanto menor a criança, mais ela assimila o conceito", aponta Ana.

Alimentação sustentável
Há duas décadas, era comum nas turmas de jardim de infância a plantação de feijão em embalagens de Danoninho. Hoje, a própria Danone facilitou um pouco as coisas. Com o Danoninho Para Plantar, a marca oferece - além do produto - oito tipos diferentes de sementes para plantio na embalagem do iogurte. Além disso, as embalagens oferecem um código para criar uma árvore virtual no site do produto.

O processo de mudança está em andamento. A educação está sendo feita desde cedo. Com o engajamento cada vez maior das escolas e a mudança de comportamento desde criança, o mercado vai se deparar com futuros consumidores bem diferentes do que as empresas estão acostumadas a vender. Resta saber se elas estarão preparadas.

Esses pimpolhos são o nosso futuro!!

Bjos e até a próxima,

(E)Stilo IMPORTADOS!

Fonte: http://mundodomarketing.com.br

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